POEMA: VONTADE OU DESTINO DA PALAVRA? |
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Escrito por Administrator |
Segunda, 11 Fevereiro 2019 14:20 |
Não me fale da vontade da palavra. Ela vale tudo o que não seja mesmo nada. Absoluto, é poema destituído de nervos sintáticos ou não. Desvele o elo da sintaxe, revele o poema. Resvale o sentido.
Poeta é quem se ache senhor (absoluto) do destino da palavra.
Da velha alma do verbo, capitão ou quimera.
Só a obsessão – não o cansaço finda o poema ou bem o inacaba.
Se o poema pareça acabado, cuide em dispor de outro modo na página as palavras, o método caótico conserva a poesia como álcool à alma.
O mais fatigado fruto da palavra é o poema. (Quanto mais arrogante ou demasiado, melhor).
A incompreensão do leitor é vital. Ao desenlace do poema... que quanto mais o contrarie (a tal leitor) mais absoluto e verdadeiro o será.
Caso se assuma como poeta absoluto, suicide-se. O acme verbal é bastante fatal.
Novas estruturas conceituais complexas vieram, vêm, virão da poesia absoluta. Sem falta. Novos alicerces mortos. Ou andaimes flácidos. Contêineres de significados mortos boiarão.
Creio no átomo e em Deus Creio no átomo de Deus.
A cada configuração de palavra a mescla de substantividade e o teor de adjetividades não esmorecem... e a entropia verbal cresce. Como a poesia é irreversível – e imparafraseável -, a nova figuração é outro poema: primeira lei antibulha. A entropia verbal mede o teor de ambiguidade poética irredutível.
Não há sentidos (físicos ou não emocionais ou racionais) num poema. Há estados diversos de captação pessoal do que há de equívoco ou iunívoco.
Vê-se o poema mais facilmente pela configuração física das palavras embora a figuração mental seja vital e variada. A vivência de ambiguidade é a riqueza poética verdadeira. |