Perdido num cipoal de pesadelos (ósseos
juncos do rosto ajoelhados no dorso escuro)
dentro do pântano do sono manto ímpio imerso
nas peras do temor romano pelos cegos (e sinuosos)
metais do sonho enlaçado doce óxido cercando
ego desmesurado grotesco como assombro
ele toca trêmula bacia bojo do horror
nua sede da alma só a companhia indefesa
de luas vazias e o ermo desejo triunfando
da carne inexpugnável (a que o espírito não tem
acesso ou presença que não seja a indecência
da ausência da rosa que buquês esqueceram).
Todo desejo seja realizado
para que não me habite mais o olvido.
“Ó deuses, quantas cativadoras
delícias há no homem.”
Cernuda
“Muda e em sombra parece
a Quimera retrair-se
à noite ancestral do caos primeiro.”
- Cernuda






