Quem está online
Temos 22 visitantes em linhaEnquete
Siga-nos
MULTIDÕES SEM PERDÃO |
![]() |
![]() |
![]() |
Escrito por Administrator |
Multidões consumidas nas fábricas nos gabinetes nas porteiras nas borboletas nos supermercados nos cinemas nos estádios nas igrejas nos discursos nas cadeias nas gavetas das avenidas cruas no amoníaco e signos do zodíaco na voragem dos carnavais nos sonhos da insânia (nas avenidas de pendões dos canaviais) nos campos da pecúnia na arte pecuária no corte das medalhas e no fio das espadas
multidões urbanas de matéria plástica multidões narcotizadas emaranhadas multidões presa das teias do seu temor público multidões marcadas pelos ferros do desamor afiado multidões passadas como a espadas vendidas no mercado da fome por atacado nas bolsas de valores nos leilões da usura ávida multidões varridas pelo fogo do desespero puro multidões vagas anônimas amébicas tripudiadas multidões débeis vazias estrábicas multidões sem fim ou fio de esperança multidões sem meados de espaço multidões náufragas multidões escorraçadas das praças aos labirintos da desgraça atadas a liame dos elos da boca da fome enjauladas do coração dos cadeados engrenadas multidões apáticas e tensas inconscientes de sua morte imensa. VCA |