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INSIGHTS POÉTICOS DO DIA 13.10.2015 (DO RETIRO DAS ÁGUIAS) |
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Escrito por Administrator |
As pílulas da noites são avaras em seu severo olhar a luz esmaga fetos de aurora e larga seu leite etéreo longe da Via Láctea.
O olhar da lua atrai estrelas, quimeras, topázios e namorados além de esmeraldas e luzes do gozo felino da alma.
Que proliferem interrogações dúvidas, vacilações, incertezas do berço cru da verdade do inteiro útero das respostas.
Poeta fundam a palavra o mundo... e a morte.
Sigo errantes ressonâncias a vida toda do destino dos pássaros sigo o percurso do rumor doce de seus cantos amenos (e agudos).
Irei ao topázio das estrelas ver o cósmico poema.
O deserto é meu viço (confesso) sou deserto e meu poema é a tenda beduína que a solidão abriga.
Ao lado de minha vodka ouvindo Danda do sax ouço pássaros, vejo verdes sinto o ônix do canto canário e toco a granada do voo e o azeviche do verbo.
Às inóspitas lágrimas da água chuva que detona a florada da mangueira ao vão íngreme do céu embuçado por nuvens de chumbo vermelho ao rosto do verbo (ao insígne poema de Deus que é a natureza morrendo).
Essa dedicatória foi espontânea e eu a amo (VCA).
Louvores de areia, dunas de nuvens se alevantam dos céus (onde me retiro à abençoada solidão devota) orações de argila ofereço às criaturas (um papa-capim e duas rolas brancas me observam enquanto usufruem da ceva). Ao empíreo ergo a voz antiga rezas de pedra atiro no jambo majestosa pirâmide verde a minha vista próximos um arco-iris e uma lavandeira arqueiam-se, enquanto escrevo lembro quando do mar de Boa Viagem com Cláudio e Murilo recolhia as flores calcárias depostas na praia (e o oceano assistia ao rito assustado).
Escurece a página, uma poça de estrelas pisou meu rosto, migalhas de brilhos deixou no lábio, sua sede enlaçou o céu signo do tempo, à noite a água rutilou enrolou-se como serpente automática (Rodia) e tudo se fez onda, roda, duna, verbo, vida.
Rumina a memória ritos de outrora (não sei de onde vem tudo isso não é de mim, é do id VCA talvez) o poema são fetos de antanho cânticos elementares, lastros especulares usinas que demiurgos abandonaram objetos solares, incêndios de palavras cinzas de velhas chamas (ou ex-chamas) vírus verbal, som de ardósias especulações de injúrias, névoas sodalícios, rios? Garoas noturnas.
As dádivas das estações ruem rios sós, esquecidos sais coivaras, crateras, vinhos sonâmbulos (o mar é um âncora movediça a quilha, o destino, pantanosa a infância?).
Não sei se do id de Manuel Florentino ou do próprio Holderlin (ou coletivo) vem o canto do destino das andorinhas da várzea (é que me afundo no brejo da solidão e vejo poemas nascendo de minhas mãos).
Então, oro à lide do verbo com o cosmo ao litígio azul da tinta da caneta contra os empórios do branco contra silêncios supressivos (que abolem o homem) que suprimem as leis do grito, as deletam, as esmagam).
Terra onde o quando impera e o tempo elementar vaza relógios vísceras de sois atravessa e esses de seda deixa ao luar terra que se apropria do ventre dos sinos.
Secas óperas do vento árido canto ao tempo ruidosas épuras de areia álgebras argilosas, temerários anjos ávidos concertos de céu vagaroso inclementes ardis de águas fugitivas atrozes desertos de mim, areias que urdem e movediçam a vida, o estigma do nome Rimbaud (generosa nómina) cujo sono ecoa no tímpano dos verbos exilados, cuja sombra aclara.
Abismo de claridades abre-se engolfa olhos e hélice salvam-se ilhas enterradas e tesouros ilhados pelo longo e irrepousável olhar da esfinge.
Tudo o que sele, endosse, acate o equilíbrio, a aliança, o pacto entre coração sublevado e mar compassivo.
Entre céu e álamo (ou cajado e freixo) entre cedro e Líbano, sou pedra que respira apenas clausuras.
Ó fugacíssimas mulheres (tênues e exatas) que meus desejos alongam de que medram estrelas e brilhos alçam-se mulheres intermináveis que calculam cada desespero (de que o homem acometidos todos somos) e deixam um rumor de perfume em nossos rostos abandonados.
Mulheres que desprezam, dispensam, deixam a humana nau sem rumo ou norte que capitaneia o homem e em ráfaga fogem para bem longe da náusea para perto da lua para o porto da rua onde desertamos. Luas enclausuradas em ruas proibidas à desnudez das avenidas indefesas.
Trêmulo diamante, a água.
Deus pasta estrelas silvestres e óleos de aleluia bebe. |