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EU VITAL |
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Escrito por Administrator |
Vital é assíduo e firme em perpetrar sintagmas deformadores completos (da realidade que todos vemos, sentimos, amamos – somos) do significado (ou objetividade sempre simulacrada com íntegra devoção). Ele aparenta ser. Mas é só sido. Ele apenas tenta utilmente representar a comoção (dos objetos), o dano, a paixão (desfibrilar o sentimento oco e cardíaco do mundo) o engano, a vertigem e a insânia lógica das coisas humanas (não demasiadamente nunca desmaiadamente – apenas demassiadamentes).
(Dizem: vital é vida à palavra, isto é, é a vida infundida na esfinge que cada palavra traz ou é)?
Vital recompõe com gramatical imperícia – a emoção faz o bisturi tremer e a cirurgia vai pro beleleu – a cútis ferace dos verbos decompostos, íngremes mesmo podridos. Em puros escombros. Idolatra decorações senis ou podres das palavras (que ele despreza mas acata para melhor mutilá-las); sonha com paraísos estáticos. Édens cavos. Parcos. Loucos. Molhados.
Vital é apenas um retrato do que não se faz com a poesia. Um caso inclássico.
A verdade é espanhola gongórica, juanramongimeziana guilleniana sobretudo lorquidesca nunca amaina ou muda não varia ou luna como uma navalha é espanhola (à Mendes) a verdade cristo genuflexo relíquia de abelha vórtice de ave
nada dobra nem o dólar nenhum euro compra a verdade espanhola.
(Ao deserto criador da palavra ao louco redemoinho do sopro à poesia)
As mandíbulas do relâmpago presas da luz canibal, golpes de calcanhar aquilesiano multiplicado pela eternidade sapatear dos trovões, raios da aljava de Zeus brandidos com majestade e precisão tudo reluz no poema zigzagueia espiral como pálpebra enlouquecida na mão da palavra poema a olhar o futuro despromissor da voz. |