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O POEMA DECLINA |
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Escrito por Administrator |
O poema declina de toda responsabilidade com leitor casto, inocente, imediato voltado a sílabas ou colisões de sons finais não votado ao objeto desenhado pelas palavras. Leitor preocupado por palavras precisas bem colocadas, encastoadas, eucásticas familiares como uma cadela d’água o poeta declina de qualquer responsabilidade com leitor canhestro, exausto ante a primeira palavra que desconheça, encanto leitor bem comportado incapaz de ousadias exegéticas (o que é isso?) leitor culpado pelo bom gosto exato asséptico pasteurizado vespertino leitor coitado.
O poema declina como céu no pátio inclinando para o alto do tempo passado a cordas e trapos pois poema não educa, mancha não purifica a página, perverte-a.
Ante aturdido céu que que declina pátio parece chão de estrelas em cachos pedra educada e alta é lua sacrificada em nome de namorados lua desenhada para sáudio de serestas sem data.
Haverá poesia enquanto o desconexo, a impossibilita que a impregnam de verdade escura ponteaguda, não comensurável sem rendas ou mesuras românticas pulverizadas de cáusticas auras pobre de esgotos de imagens. |