A NOVA POESIA OU FEÉRIES EPISTÊMICAS PERIFÉRICAS |
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Escrito por Administrator |
Profetas extravagantes percorrem versos isolam solidões, eremitizam-se e anistiam culpas vates iluminados assoreiam messias de cinzas que se arvoram em deuses pequenos e indiciam pecados ancestrais entre desejos provincianos ademais filósofos histéricos deturpam sistemas e se proclamam donos do pensamentos laico quais plutarcos de amianto e lírio.
Atravancam mentes demônios de palavras seres de prosas leprosas e verbos avaros como o mundo humano.
Estoicas criptas, vestíbulos russos vastidões solitárias, amaros remédios de epicuros obscuros vociferações velozes se alastravam como enxofres dos infernos terrenos.
Salmos de dúvidas, provérbios ferozes disputavam púlpitos com verdades amargas.
Como rosa civilizada ou selvagem era a poesia nova.
Ágoras pagãs veneramos agora.
Rupturas avançam, fermentam discórdias.
A nova poesia não sai como Atena de cabeça de Deus agora.
O verbo alternativo exige ereção o falo da palavra palpita como a primavera do corpo.
Perece o velho, o novo se ergue alvenaria de areia se estende a hortos verbais indevassados ainda.
Abismos florescem profundidades apuram-se efervesce o verbo, encripta-se o dom poético.
Sais abandonam fornos, ácidos se desiludem. A moral do homem jaz a rés sujo do chão. Essências novas tramam-se, oboés fogem. Para fornos de sons. Melodiosos atanores.
Desertos renovam ventos ardentes. Fornalhas se elevam a céus sem ventre.
Esqueléticas manadas de palavras tomam páginas trêmulas e maculadas da alma.
Errantes vates abrigam-se no barro do verbo. Ou apenas inebriam o barco da palavra poesia.
As misérias minerais voejam. Fontes do oriente renovam-se.
Intimoratas proposições arrebentam velhos suportes das metáforas bacias de símiles lavam hífens novas prédicas derrubam púlpitos desamparados.
Praticam vida poética vates arrancados do delírio. Enquanto os sentidos se desestabilizam duradouramente.
A diversidade do verbo se federa às artimanhas do acaso.
Fragmentos de arquipélagos entre pélagos do verbo se acasalam com inusitadas palavras sem alma e arrebentam os estábulos do sentimento. De modo que não restem nem catábases da palavra.
Insignificantes grandezas da escura matilha da palavra brilham como luas esquerdas.
As vezes se confundem com muitos. Enquanto superam ainda os quandos. Agoras imundos inundam velhos enquanto.
Ouros ferozes vomitam douradas manteigas e graxas velozes escorram das bateias do coração.
Reputações de intérpretes se quedam. Perante intempéries. A poesia dominante se esfarela como incêndio no inverno.
A hierarquia dos anjos apodrece.
Basilides devassos e libertinos carpócrates fundam epifanias lascivas e impuras.
Devoradores de espermas e de pecados se acasalam nos nichos fiéis da vida.
A sodomitas o novo céu. A poetas a frase lídima. Embora escura ainda. À moeda furada de César a vida. (Com ela trinta vezes é paga a morte de Cristo).
Os reveses da sorte, as sortidas do tempo.
Os mendigos gnósticos, as sapiências do acaso. E os sapos de Bandeira.
Os vendedores da fé renovam-se agora. Dos formidáveis templos digitais virtual Deus opera.
Os evangelhos são lenhas das fogueiras da vaidade.
Praças púbicas para línguas puras.
Se os velhos símbolos já não nos dominam é que a nova poesia se alevanta da rua rebelada, selvagem, nua. |