SALMOS PÁSSAROS |
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Escrito por Administrator |
Estábulo e demiurgo, exegese de pedra, corcel espumando entre cardumes de rochas ancestrais, expressão e expresso amalgamados e insubmissos, arrolamento de êxtases, inventário de desejos sublevados e puros embora obscuros mas beirando a palavra, esgotamento sonoro da natureza em sua feição animal e humana e em sua pétrea diversidade autônomia e ribeirinha da casa e do Cosmos... eis a poesia de Perse ... "bela como o sânscrito".
Salmos alados recolhe como pássaros de sílabas subitamente revoando o infinito. Total entrega à volúpia da linguagem, verbo que refrata o obscuro lasso a verdade incondicional burguesa e derrubada... e que abismos da voz trazem salvação do verbo.
Eis a instável e irredutível palavra poética em ato despotencializando velhos significados e condenando ao inferno filológico os sentidos tradicionais. |