POESIA ABSOLUTA |
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Escrito por Administrator |
Só a palavra poética (nem mesmo a palavra religiosa) salva-o da permanente ameaça da indeterminação absoluta (ou fracasso do espírito). Evite, impeça o fracasso final do seu espírito a indeterminação absoluta, o nada que é o mundo através da palavra poética (salvífica).
Transponha a diferença, venha o desnível entre a forma e o conteúdo da vida entre a linguagem e o absoluto pelo absoluto da linguagem poética. Evitando, assim e por isso, que se determine a linguagem a partir de fora do ser. A poesia é a morada do ser. Do si. A prosa é o inferno e o outro. Evite o véu de fundo da imagem (falsa) do mundo. Do mundo da usura e do enfarte. O coração mecânico. A vida por um fio (numa tomada). O ser cadáver (vivo). Seja adepto da poesia absoluta. Cada poeta tem um modo, singular maneira e substituível de criar o poema esse edifício de palavras cujo alicerce é a alma. É um difícil caminho complexo de vielas e becos herméticos (e sem saídas) de áridas avenidas e rumos escuros cavos itinerários ao nada (e ao tudo). O da poesia. É só 0,2% dos leitores o percorrem. Por outro lado, há diferentes (e mesmo estranhas) maneiras de compreensão poética. (Além de concepções). E nenhum é igual a outra. Só redutível a ele mesmo. Pois todo poema é irredutível. Gadamer, o grande, dixit: “Basta dizer que, quando se logra compreender, compreender-se de um modo diferente”. Se dois leitores, entre milhares, compreendessem (?) da mesma maneira um poema meu, me derrotariam. E eu excomungaria tal poema. |