Tudo leva à expiação do sangue.
Nada conduz à consolação do sonho.
Penetre na secreta veia do rio
Tudo leva à expiação do sangue.
Nada conduz à consolação do sonho.
Penetre na secreta veia do rio
Grito de pedra, unguento
de aço e musgo: como o gozo.
Pedra, grito, muro, uivo
Nunca me imaginei poeta, até os 25 anos. Era um técnico, burocrata fazendário (como o fora meu pai – Cláudio Corrêa de Araújo, carreira que empolgou a mim e a meu irmão Pedro Cavalcanti de Albuquerque) e,
Sol enlouque terra
brilhos, fulgores, cânceres aponta.
Aridez ostenta sal
Pausa de cetáceos
silêncio que se autoproclama flauta
de onde advém pássaros.
Núcleos de hélio quebrando-se
como bancos americanos
as fianças do céu atômico em fúria fiscal.
Sempre plantei joio
e... sempre colhi joio
sem medo ou ficta perspectiva
Não quero sombra nem domo
nem os gânglios dos centuriões romanos
busco íngreme aprumo
Morri ontem. Ao raiar do (odiado) dia.
A manhã ainda sem pássaro dentro. Vazia.
Sol apenas anunciado por nesgas de luz
Poema é palavra
posta em cheque
desova de multissentido