14
Sáb, Jun

destaques
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

Tudo é desapego e verbo. 

Poeta aprende a auscultar

como geólogo filosófico

o vário solo da alma.

 

 Amar é não estar nunca

entre o presente e o passado.

  

Das entranhas do lixo

hospitalar ou não

abundam inocentes placentas.

  

Fraturar o sentido exposto

como a um fêmur

e sentir o rumor

da incompreensão vívido.

  

A incompreensão humana

ainda salvará nosso tempo.

(Absoluto contributo da poesia)

 

Leitor que busque ingênua facilidade

perde a nutrição do complexo

que alimenta o cérebro.

A facilidade textual (discursiva ou não)

cansa, adormece, encolhe a cuca

que enlouquece e perpetra

haraquiri neuronal.

 

Poesia qual

lumes emprestados a estrelas.

  

Faça uma ladainha atonal

a Schöenberg ao anoitecer dos olhos.  

 

Murilo Gun

Advertisement

REVISTAS E JORNAIS