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Dom, Ago

destaques
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          Levante: pódio donde luz do sal

          com arco crepuscular dardos atira no azar

          e insípido rosnar de brilho

          sobre mácula ou sobre vestígio atira-se.

          Poente: adro onde luzes pastosas como cães

          e sentimentos noturnos uivam-me

          para olhos humanos enternecerem (ou só cegar)

          sítio donde sombras começam peregrinar

          cesto onde almas buscam cores para camuflar.

 

ADENDO

                          A oliveira do bico despenca, fica-me

                          lábio do vento e canícula, sede do árido.

 

           Se flagele ao escrever e

           não dê bola demais à sintaxe

           (ela desperdiça seu gol)

           azul obstinado ame: leitora.

 

                Monologo e coloquio para

         que o poema urja ou suja.

 

Murilo Gun

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