Levante: pódio donde luz do sal
com arco crepuscular dardos atira no azar
e insípido rosnar de brilho
sobre mácula ou sobre vestígio atira-se.
Poente: adro onde luzes pastosas como cães
e sentimentos noturnos uivam-me
para olhos humanos enternecerem (ou só cegar)
sítio donde sombras começam peregrinar
cesto onde almas buscam cores para camuflar.
ADENDO
A oliveira do bico despenca, fica-me
lábio do vento e canícula, sede do árido.
Se flagele ao escrever e
não dê bola demais à sintaxe
(ela desperdiça seu gol)
azul obstinado ame: leitora.
Monologo e coloquio para
que o poema urja ou suja.