No cálculo da borboleta Deus ousou.
Sua geometria alada, a leveza do traço
quase aéreo, a cor pudica e voraz
No cálculo da borboleta Deus ousou.
Sua geometria alada, a leveza do traço
quase aéreo, a cor pudica e voraz
às vítimas peticionárias
deduzo
com a rotina do olhar
Flauta frigia ânimos incita
à ira, corrobora a guerra lírica
a alma animal desarma
Busco pelos íngremes
ângulos do meu rosto
pelo sulcos acres
Com a matéria da insônia teço
relâmpagos de leite na lenta horta
do impreciso cais onde olhos naufragam
Silêncios escuros onde
sol de escaravelhos se esgueira
e descobre incêndios de grito
no calendário do intimo
Sou áspero, duro, infinito como o cacto
lixa árida, graveto cônico, árduo e cavo tronco
sou rural e a canção da vaca tange a minha rede
creio na cremação,
nas santíssimas engrenagens,
no imaculado dos maquinismos,
Com a matéria da insônia teço
relâmpagos de leite na lenta horta
do impreciso cais onde olhos naufragam
Alguém tem meus cílios leprosos
alguém fechou-me as pálpebras velozes
as portas, as caixas, o futuro