Cães do púlpito gotejam prédica e saliva, em mistura mínima
à procissão gótica de seus instintos se devotam
pantanosos cães da imobilidade crua adoecem
cães odorosos de cujos lábios rebentam
orações caninas ou canoras.
Quando fiel acura sua atenção mais viva
cão do púlpito remoto com o mal circula.
Se o cão do púlpito drapeja
ao fiel embalsama e a prece tropeça
ou o pároco graceja.
Sua fiação de palavras torna a cantilena
víscera de ladainha
cão do púlpito corteja e translambe
cadelas que venham à igreja.
Sarnentas carolas de sempre
que o sarmento apedreja.
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