Verão perambula no corpo
sepulturas cercam o coração.
Peregrina lágrima ao olho consola
barcas de tristeza deixam
portos que sonhas.
Nos pátios onde relva dorme
cresce delírio, êxtase cresce
áridos sabores rondam-te mãos sem viço.
Restam côvados escuros e verões trucidados
onde enterraram meu último coração.
Ouviram-se cânticos quebrados, bilhas demolidas, sedes vivas
primaveras loucas, gumes de silêncio afiando
flores de mercúrio, jardins desesperados
quando enterraram o meu coração ferido.
(Perto das rosas e dos cravos
brancos da dor, longe da vida e do amor).
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