Creio nos tamarindos das lembranças
que gorjeiam nos alpendres do espírito
e nos alforjes desconhecidos dos viajantes
cheios de destinos e rumos inacessíveis
creio na dor dos cajus e na gravidez verde das mangueiras
creio no orgasmo dos triângulos, no náilon lento ou úmido da alma
e no desvario das raízes (esverdeadas de venenos)
creio nas álgebras comatosas
e na combustão dos inocentes
creio nos jabutis extintos e no zelo dos destroços
sobretudo não creio em mim.