Sob a tenda súbita dos sábados
afugentar o unguento das mágoas
refugiar-se dos regatos do gozo
E desnudar-se das águas
ungidas de tuas mãos macias
sob a tenda nômade dos sábados
Sob a árabe tenda dos sábados
contemplar teus olhos (oásis azuis)
urdidos de doces abismos
Olhar uivos
sentir estrelas
amar desertos
ouvir nuvens
sob a ávida tenda dos sábados
Sob a galáctica tenda dos sábados
confortar-se
de harmonias e maçãs edênicas
Sob a tenda ébria dos sábados
ungir a boca com vinhos carmins
que enrubesçam corações ou mentes envenenem
beber do seio da amada
embriaguez suprema
todo o erótico leite da vertigem
refugiado na mão amante
tocar aromas do futuro
sob a tenda indômita dos sábados.