Ela vinha com músicas do meio-dia
nos soltos cabelos
Sinfonia de carícias velava
ventre de pelos em levante
Olhos raros se nutriam
das poças de íris do crepúsculo
Melodias de colibris ela trazia
nos lábios bêbados de jasmins
Torso de maçã o rosto
matizes de pássaro o olhar
Seios dedos embeveciam
pele pálido luar lambia
no pálpebra bailavam eternidades
carne ao tempo enloquecia
no púbis ladravam desejos velozes
ânsia de ser acontecia
volúpias à lua ela ensinava
que baldia vogava e sonâmbula
sobre frias praças de alguma noite
que tristes prostitutas disputavam.
Sentei-me sob grave macieira
onde o alfa
onde o ômega
começo onde o fio cessa
fim que o princípio prenuncia
e comecei a tecer desafios
tramar novas ariadnes
penélopes perpétuas fiar
abandonei ao meio a meada
ao ovo do início fui
nenhum poema tem fim
poucos sabem começá-lo.
Mancebo de libação
em bodas com demo crata
sátrapa de velhas portas
e tapetes persas
lábrego topázio desacata
soberba cortesã sobeja
e no coração da praça armênia corteja
o aleatório da palavra poema.