A morte é o nosso outro. É um ser
(a morte) imortal (como Deus que a criou
do mesmo barro da vida, porém
A morte é o nosso outro. É um ser
(a morte) imortal (como Deus que a criou
do mesmo barro da vida, porém
à morte, potência maior da vida
e realização final do homem
A volúpia do ser é morrer (última rima vital).
O lume da água afia-se
a foice do orvalho acende
a cor das rosas e puro
Heidegger, já despeitorado – em paz com o recém - passado infame e a consciência cívica (em 1935) – dece curso sobre os hinos de Helderlin A Germânia e O Reno,
À mãe derrotada da bastarda vida
Vejo hospitais esclerosados agonizando, úlcera
das enfermarias alastrando-se
Onde está a obra de máquina em que chip ela esconde?
Há uma insurreição em mim
de antigos e devolutos textos
não das terze rime, mas versos libres.
Sou um leitor cansável de poesia. Comecei aos 7 anos com os sonetos do meu avô Manuel Florentino Corrêa de Araújo, juiz de direito e viúvo,
Escave seu id diariamente.
Sem a pressa que aniquila o verso
mas não descure dessa providencia
magnifica que o salvará
Dos úberes da noite, bebo prodigiosa vertigem
Sugo vertiginoso ego e anulo. Vou
a nus recônditos de mim, à luz do verbo noturno, sigo cego ou não.