Um tema árduo que teço há tempo inútil e certeiramente – qual uma meditação vital – é o da unívoca desaceitação geral da questão crucial: a equivocidade absoluta (e necessária) da linguagem poética – do poema como condição da poesia (poesia).
Um tema árduo que teço há tempo inútil e certeiramente – qual uma meditação vital – é o da unívoca desaceitação geral da questão crucial: a equivocidade absoluta (e necessária) da linguagem poética – do poema como condição da poesia (poesia).
O sentido é relativo ou dependente. Para realizar-se, depende do objeto ou referente.
São traços estruturais relativos ao modo como se representa o objeto (ou mundo) o sentido.
Estrelas caiam-lhe no rosto
do rosto brilhos pulsavam
como astro não distante.
Trêmulo orvalho do lábio macule
carmim do amor, ascenda
(como seiva violada)
a olhos calados o rio da palavra
Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque
Vital Corrêa de Araújo – Coração de Areia – FUNDARPE
Sou um poeta inentendível (em absoluto e tal).
O único poeta único com essa qualidade ímpar.
E as exceções, de regra.
O avesso da palavra
verbo recomeçando, sílabas
da boca de Deus escapando
do alento edifício levantando
(Contra a fronteirização da linguagem)
O conceito, a definição, o neurótico anelo
de comunicar (tudo é discurso, prosa, verso rimado
Aromas da alma se dessedentam
nos sulcos que suor cria na pele
amparam-se no rictus da saliva
O que vai apagando a água vai escrevendo o fogo
Talvez simetria se corrompa
e exatos azuis se esfumacem
sob égide de rosas apressadas