(Poema de linho para Lígia a artista que se foi no tempo em busca de paragens mais brancas)
No céu da tela, luas
De linho bordadas
(Poema de linho para Lígia a artista que se foi no tempo em busca de paragens mais brancas)
No céu da tela, luas
De linho bordadas
Apodrecem as rosas e os ditirambos
Nas vias opressas as petúnias são atropeladas.
Os cravos se acasalam nas lapelas
(às sílabas cruentas das sibilas)
(O Poeta se confessa)
Vivo no limiar do absoluto obstinado impuro
Cláudio Veras
Especializei-me (horas de intervalo de aula e frios fins de semana de Heidelberg, nos últimos 15, 20 anos (a fio), em ler e defrontar, como se eu a escrevesse, a poesia de Vital Corrêa de Araújo (VCA).
Ao coração marinheiro de Neruda
Ao insondável coração de Borges
Ao dublinense coração de Joyce
Ao coração escocês dos Powell
Mil canículas devoraram o sal
cêntimos de árabe suor escaparam da alma
tetrarcas brancos olharam o soslaio
para Admmauro Gommes
e Osman Holanda
O inferno infrutífero
(refratário ao paraíso)
coração
pasto de gazelas amorosas
O poema absoluto expande o poder presente e potenciais (da palavra) multiplica, toda a desmesura e maravilha da linguagem ultrapassa o sentido, dialeticamente. Permite ver mais e maior (por inteiro). Ela faz evoluir o ser.
A poesia absoluta contraria (e rima) a miopia da consciência vigendo, a busca do facilitarismo do entendimento e da compreensão imediata. Poesia é rima (e não rimam). “Cadê a rima? Não é poema.