Exala sórdido aroma
morte recente
e inunda ares triste
Exala sórdido aroma
morte recente
e inunda ares triste
Há um bar onde a tarde ébria se arrasta.
O aposento das sombras é branco.
Poema é palavra
posta em cheque
desova de multissentido
à celeste dissonância da palavra
Forças passionais urdem na página
o debacle da alma, expõem
O modo emocional de ver o absoluto
veio do sono aflorando dos olhos vagos
ouro sonâmbulo perdurado da pálpebra
Perdera o domínio do coração das coisas
labirintos de nuas avenidas sua alma
Sapatos de castanhola
alta dança dos saltos soltos
solas rascantes, golpes
Vital Corrêa de Araújo
A poesia não é pele. É alma.
Não é para brincar ou parecer. É para ser.
Não é diversão, sorriso da sociedade, império
Vital Corrêa de Araújo
Desde que Adorno afirmou não ser mais possível fazer poesia depois de Auschwitz, aqui simbolizando o genocídio judaico da 2ª grande guerra do século XX, a pena hesita algo antes do poema.
Após os sessenta, seivas se iluminam
hormônios erguem muralhas contra o desencanto
entranhas tornam-se fluentes