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Dom, Ago

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Entre galáxias e equimoses, entre

automóveis e gaivotas ardendo

entre lucros sólidos e tumultos imobiliários

entre estradas transverbais e libidinosas curvas

entre a gueixa e o rosário, entre

o túmulo e o afeto, entre

ambrosias e dinossauros, entre

a graça e os estradivários

está a flor que arrulha

e a rosa que muge, está o poema.

 

Do jarro ameno e hospitaleiro jaz

flor óssea, facial, despótica

entre sismógrafos e duodenos dividida

flor solitária, verbal, incisiva

de íris vorazes e pétalas sublimes, flor

sectária do odor, possessa de beleza exata

anônima e solar como abelha.

 

Colina do Magano, 31-10-2017

Murilo Gun

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