No lixão a noite é serena e nua.
O chorume aliado do metano anima a lua.
O arado dorme metálico sono como osso
martela o lombo escuro da página
da madrugada em fúria
charruas arranham o amanhecer
anéis de cardos nupciais
tomam os dedos do massapé
alianças de macambiras eloquentes
com ásperos xique-xiques acontece
já ovulam amanhãs
o ovário do rio obra água
tudo se descola
safra sofre
sáfaro torce
lapso cola
relato perora.