VCA
Borges e a aniquilação dos ídolos.
E o idioma infinito da areia.
Borges e a álgebra iconoclasta dos jardins
E o logaritmo da papoula.
E a sordidez afetuosa das rosas.
Borges e a dinastia dos lírios
e matemático fulgor das flores.
Borges e a delicada penumbra da cegueira
e o côncavo e branco silêncio dos pátios.
Borges e o árduo rumor da água
e a tênue memória dos desertos.
Borges e a sede dos oásis. Que bebem nos vasos desertos.
Borges e a ronda pelo dédalo do tempo
(peregrino de célticos labirintos).
Borges e o compêndio absoluto
que trai a história do mundo.
Borges e o estrépito
dos exercícios da revelação tombados
nas cilíndricas bibliotecas da Babilônia
e nos armazéns poluídos da metafísica.