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Dom, Jun

destaques
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 Iogue

tem voz de unguento. 

Acácias se deitam em teu seio.

Dos olhos pousam estrelas

da boca brota genitivo azul

calmo orvalho no torso repousa.

 

Há tigres dilacerando

os olhos da rua.

 

Perla de âmbar solitário nasce

da concha da mão amante e ávida

seio nasce lasso (firme o sugas).

 

Nuance lance (nenhuma ou alguma)

mácula ou inútil lamento

debruçada sobre azul

a entremostrar ostra

entre pétreas (e cárneas) coxas

mamilo na boca

(e o vazio da vida, onde fica?).

 

(Marinha volúpia evade-se

da foz das coxas

lúbrica aragem

percorre a face

rosto inunda-se

de vital sêmen

e despede-se).

(Cio do id).

 

Teu rosto vem do arroz

seio bebe lições de macias maçãs

enrubescem como líquidos potros

 

teus olhos são da estirpe douta de estrelas (velhas e novas)

teus braços enlaçam adeuses longínquos

como cometas de afeto (girando a esmo).

 

Sombra e pó, o que mais te deixo?

Murilo Gun

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