03
Dom, Ago

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Senaqueribe retorna a Nínive.

Ilesa Jerusalém embala-se com seivas de êxtase, finas volúpias

e sais de estrelas, canções de paz e vitória rubra

como baba derramam-se das bocas fiéis.

 

Louros eleva ao Senhor

como dardos dispara cânticos de louvor

crédulo amor ao oriente paira.

 

Senaqueribe foge calcando 150 mil cadáveres assírios

esteiras de corpos atapetam sua fuga, dragam sua dor gargalhadas

(ovos estraçalhados, piras de calcanhares

abrem-se de seus passos, fritando horas).

 

Destro alfange (invicto, numinoso)

dos anjos de Javé deles apagou

sinistro e perverso sopro

quitou-lhes alento espada de Deus.

 

A bota do Senhor esmigalhou

rosto derrotado

as fontes da Assíria pereceram

grama titubeante sacro coturno esmagou

como esteira de asfalto a formigas.

 

(Fostes criados por víboras benevolentes

para despojo, aniquilação dos povos, pó adversário

cinza das vaidades, incêndio dos motivos ímpios.

Áspides rastejaram em tua boca blasfema.

 

Criei os meus para vossas ruínas

é destino do Meu alfanje teu rosto

derrotado, iníquo, rés ao chão

poeira honrará tua profana garganta

prenhe de vozes submersas no limbo.

 

Teu único nome pronunciará em vão o futuro.

que escorreu de tua triste veia para o desvão).

 

Sequiosos de destroços, atento

à fragrância da destruição

narinas empoadas de gritos mártires

esse povo de seqüelas, essa sina nua

não mais ornarão o mundo.

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Murilo Gun

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