Poemas são palavras espetadas na cerâmica do céu.
Palavras desesperadas por um sentido ou
luz macia (como doces para bocas)
palavras que espreitem em cada esquina do verso
ao longo do martírio metafísico da vida
palavras acesas como brasas do mar
possuídas de fogo fátuos definitivos.
Poemas são palavras ainda não ditas
ou nunca escritas a grafite (ou com carvão
nos muros brancos da existência provisória).
Palavras que fruem de frautas de vento com sua música óssea.
Palavra que mujam nos prados da página, cavalos de vocábulos.
Palavra que reanimem sombras oxidadas pelas horas.
Palavras que insulte a solidão
(pois o verbo é noturno e viral).
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