03
Dom, Ago

Poemas
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Morte tropical é árida

Mas não brota do coração dos cardos.

Emerge das conchas, coivaras, espelhos

vem das fontes noturnas do inóspito

galga penínsulas da alma

lumes do tempo atravessa.

Veste cambraia de sombra.

cai sobre rosto dos homens.

Noite tropical é nua, cambriana, sedenta

dorme nas redes, assola alpendres, rir sem dentes e

intumesce velórios. Orgasmos do escuro multiplica.

Parceira do clima, adepta da seca, é vasta redonda.

Morte tropical é profunda e atenta profeta

árido seu esgar ósseo. Podrido seu fêmur equatorial.

Intestina e dolorosa divide com aurora

lábios da claridade noite tropical.

Tem omoplatas oblongos e dorso ágil (de negra pantera)

recebe em sua pátria escura – comarca de Caronte, párias

e cidadãos cansados das inequidades do já esperado

com têmpera inteira e cerviz em riste ainda.

A noite do trópico é curva e amável.

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Murilo Gun

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