(Contra a fronteirização da linguagem)
O conceito, a definição, o neurótico anelo
de comunicar (tudo é discurso, prosa, verso rimado
ou não, mas medido para ser exato).
São um limite, limitam
o ser ao finito imediato, ao dito (em poema
prosa versificada, prosa prosa, verso verso), limitam
o ser a ter tempo e não espaço
(a não ser espaço comunicativo), em especial porque
estamos na era da comunicação total, imediata.
As galáxias de Gutenberg e MacLuan
hoje são pálidos apetrechos infantis.
O discurso poético (ímpar porque não tem por função dizer)
exclui os outros (presentes) porque
o devir não é linear, o futuro
não tem forma nem tempo
tem espaço, é síntese de que só a poesia absoluta
porque dialética é capaz.
O devir (ou o há de vir) por não ser linear
permite o retorno eterno das coisas e rebentos da linguagem.
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