A palavras contaminadas pelo mercado
(o poema fechado para obras
no mercado da alma
o verbo do futuro obliterado)
(falsos ritos acasalados com crucifixo
escrínios que profetas deserdaram).
Tudo comprometido com o desmoronamento.
O referente expulso do templo da arte.
Claridade condenada.
Nula função do significando.
O poeta a aular. Uivo o vivo
bendigo o sujo
palavra vidente apago.
Palavras enganosas pegajosas do poema mordo.
Incapazes de estabelecer
mínimo contacto com a vida lá fora demito.
Marca maior do mundo a palavra
desincorporizar-se
em ar e vácuo o homem
de umbrais podres.
O chumbo lá descarregado também.
Viva o urânio persa.
Aqui jaz a vida num caixão de estanho.