03
Dom, Ago

destaques
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O inferno infrutífero

  (refratário ao paraíso)

coração

                pasto de gazelas amorosas

hóspede do tempo somos (poeta e leitoras)

a essências venenosas ou amáveis vamos

por veias auditivas voos de andorinhas

duvidosas

                   indo cego sinto grito

                   eco nos olhos, lagos mortos

em todos muros corações escritos

em todos céus ou praças escrevi

teu nome Eluard

sêmen de luz, sol enlueceu e da cópula do sal

com a sede brotou veio (e poesia veio)

sol cobriu lua da noite seguinte

(ela estaria no alpendre, janela em riste).

 

O Poeta deve tornar-se

cada vez mais abrangente (genérico mas insubstituível)

mais alusivo, mais indireto

para forjar, para deslocar se necessário

a linguagem e fazê-la significar menos

(e ser mais) o que ele

poeta ou poema

                                quis

dizer indizivelmente

   claro e lícito.

Murilo Gun

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