Manhãs de porcelana meio-dia quebrou
(como hora depreda papoulas)
à luz da noite e do pino
terra se assola, sol se calcina
solo reverbera de ira vespertina
sino se enforca na pausa do badalo
partitura do vento move crassa e bela
sinfonia do entardecendo
vazio de flores olhar sepulta
sequelas de lírios lábio defronta
sequestra o âmbito e a dúvida ocaso
de pecuniária penúria vive a usura.
Nada obsta que a verdade de desdiga.
Só a palavra poética salva a religiosa.