Sou, mas também o morto sou, por certo,
O outro do meu sangue e do meu nome;
Sou um vago senhor e sou o homem
Que deteve as lanças do deserto.
Volto a Junín, sem nunca ter lá estado,
A teu Junín, avô Borges. Tu escutas,
Sombra ou cinza última, ou refutas
Em teu sonho de bronze este clamor partido?
Buscas talvez por meus inúteis olhos
O épico Junín de teus soldados,
A árvore que plantaste e os cercados
E no confim a tribo e os despojos.
Vejo-te triste, de feições austrais.
Quem me dirá quem foste e como eras.
Junín, 1966
(El Outro, el Mismo)