02
Sáb, Ago

destaques
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

                                                          Vital Corrêa de Araújo 

Garanhuns é uma cidade mítica.

Atenas nordestina. Elêusis elevada. Cintra das alturas.

Évora devoradora. Sevilha de abelha.

Passado andeira da liberdade cultural

o bastão da verdade diversa, a flauta que modula

o coro das esferas soprada por arautos da canção maior.

Desse cume excelso advem o infinito.

Do Recife, o mar ora a Garanhuns.

Mas esta cidade tão alta

é potentemente grata

a quem a elevou no omoplata atlas de seu povo.

A Simôa Gomes e Luis Jardim

que esclarecem o passado das sete colinas.

A João Marques, Manoel Neto Teixeira, Osman Holanda

Jodeval Duarte e Luzinette Laporte que são o presente forte.

A essa juventude pujante, representada por Osman Holanda Segundo

que é o futuro pronto a apontar da quilha da montanha.

Garanhuns é possivelmente agrária.

E possivelmente inúmera. Porque é amada.

Por pássaros e homens.

Pelas rosas e os filhos que a habitam e compõem.

E pelos estrangeiros, como eu, que tenho o hábito dela.

Garanhuns não peca por esperar

o futuro.

Futuro a ela destinado como parca ou perfume.

A Garanhuns das rosas mitológicas. E reais.

Servis a nossas ávidas narinas.

É a esta Garanhuns idônea e alpina

adversária do pequeno, amante do que venha de amor e vida

que saudamos com a candura e a esperança dessa ode.

Garanhuns das festas dos invernos e das literaturas.

Dos verões de arte e prazeres gerais dedicamos

o nosso apreço e mor admiração.

Cidade da beleza principal das ruas.

Dos relógios de sol equilátero. Do rumor

de suas fortunas do frio. E garoas elegantes Além das garotas.

Garanhuns que monitora o há de vir.

Para quem tudo é advento. Para quem o futuro é grato.

E sereno. Como as raízes do páramo

de que ela se impregna

para ser a mais alta e intelectual das cidades de Pernambuco.

 

 

Murilo Gun

Advertisement

REVISTAS E JORNAIS