Com duas andorinhas criar
só um verão (o mais longo)
no pátio onde outono pousar
Com duas andorinhas criar
só um verão (o mais longo)
no pátio onde outono pousar
A água ou não horária (o rio ou não cavalo)
solta-la para que não assolo a aura
(de lento), a sala intemporal da alma
Ata-la para que não assalte a pressa
A gananciosas camurças recuse
o protetorado das mãos.
Ninguém mais morre virgem.
Às minhas concupiscências todas, dedico.
É apropriado que faleçamos quando
despenca uma vertigem e a alma embote.
Preciso atentar que o substrato imagético
é naufrago, oculta-se nas sombras do verbo
não há para ele superfícies calmas (ou não)
O inexorável olhar do sol tardio ardia
é que só então a nuvem desistiu
de embotá-lo conscientemente.
Proclama a rebelião da palavra.
Aurora de cimento armam-se.
Sons acesos.
A Auchwitz, chão
apinhado de mortas e ossos.
Do útero do amanhã
Gumes agrários.
Vasilhas de sal dissolvidas.
Limites são impotentes.
O que há no olhar dos cães? Não vejo.
Niilismo era seu nome oculto
falso tudo brilhando.