A poesia não é do reino das ideias deste mundo.
A poesia é o nascimento da palavra. Seu reino
é no homem (capaz do expandir a mente).
A poesia é o império do imaginário.
A prevalência da imaginação sobre a sensação
A existência (é) das palavras.
O ser é uma palavra. Deus, outra
As substâncias são palavras.
O poeta identifica sujeitos díspares. Não é singular.
A imaginação poética é capaz de engendrar
(e expressá-lo) no âmbito livre do pensamento
coisas tais que a mente lógica não pode aceitar.
Como Aristóteles não o faria.
Tudo consiste em indisciplinar rigorosamente a imaginação.
Por isso a faculdade da imaginação completa
é considerada da laia esquizofrênica. E
condenada pelos pensadores racionalistas. Que
prosaicamente dão de ombros a ela: coisa
de poeta.
No período clássico da civilização francesa, cuja
cultura estabelecia padrões filosóficos, poéticos
políticos, em sua generalidade, culturais
(século XVII e XVIII), a imaginação
era associada à irracionalidade, divagação,
nonsense, rebeldia, instinto
traços ou prolegômenos da loucura. Pascal a
considerava anômala, marginal porém
poderosa, maior do que a vontade. Idem, a
razão. A condição humana não ser
joguete da imaginação era a principal frente
de batalha da razão.
A poética absoluta não é mais nada do que
a imaginação assumindo nova forma, aperfeiçoada.
É o mais inocente e perigoso
dos bens humanos. A imaginação em sua
força máxima coloca o imaginante a um grauzinho
da loucura. Daí os poetas...
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