Quem usurpou as orquestras
e embriagou caminhos?
Quem emudeceu as sementes
e aprisionou espetáculos das esquinas tristes?
Quem trancou as gargalhadas
e algemou praças no antro do silêncio marcial?
Quem encarcerou prazeres
e impediu manhãs?
Quem dentre todos
atira o primeiro nome
não denuncia a fome
levanta a primeira palavra calada?
Quem ergue gritos bem altos
e publica a garganta?
É preciso libertar praças
e inventar novos prazeres civis.
É preciso cultivar
gargalhadas como cores ou relâmpagos
Fazer sorrir esquinas
colher frutos do grito
em cada garganta implantar ovações
ao coração dos comícios caminhar
na ara das praças.
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