Vital excede. Como poeta. Faz jús à multa
por excesso de bagagem metafórica
em seus voos herméticos e inconstantes.
Jorra de seu baú surrealista textos vãos.
E sublimes. Ele explora (bateia ganga pura)
jazidas maneiristas autênticas numa
arqueologia poética sem conta ou data.
Garimpa inclusive pérolas incontestáveis
da esquizofrenia barroca, rinha mental
de onde puxa imagens sem ventre e vastos galos de verbo
suas inscrições imagéticas demonstram agudeza
gritando à fecundidade maneirista barroca evoés báquicos.
Profundeza e veio surrealista arranca da garganta da hora.
Veias que Vital Corrêa de Araújo escava.
Claudio Veras (Heldelberg)
Ângulo oblongo é bonito.
Olhe do buraco da agulha a cor
do palheiro abandonado.
Estátua também mija
(sobre solitários cães e gatos anônimos).
Livro de poema é como rouxinol de luz
de asas acesas para se ler e ver
o íntimo do ninho (e fetos de verbos).
Termômetros também têm febre.
Porque adeus tá em falta e piedade também
sobre perversidade.
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