Cântaros enterrados como profundos espelhos
portos sepultos como túmulos de água
cinzas soluçando sobre ossos de sombras
gelos urdindo grades de urdimbres
estátuas abandonadas no poente das praças
ferros paridos por piolho frios e ferruginosos
água ferida de febre e alba
catedrais de abelhas, conventos de surpresas
acocorados nas colinas dos pretensos martírios
em revoo sobre cacimbas de vésperas
cárceres de urro, abelhas de prata
rosa selvagem incitada por gotas de fogo.
Abóbodas caídas sobre muros
como cobaias do estômago.
Como aço aveludado, o púbis do poste
pelo falo da luz arrodeado, como vespa a cupim.
Colina do Magano, 01-11-2017
{jcomments on}