Nos pomares das beiras do inferno
na triste ribeira do Aqueronte
viçam asfódelos, agapantos florem.
Que branco limbo me espera a alma escura?
Quem perfura meu coração de lírio?
Encontrei enfim minha companheira mais sincera
e devotada: a solidão.
Rosas cruentas, magnólias depravadas
flores cor de vômito parecendo
carnes decomposta, verdades de bosta.
A lenta e segura decomposição da vida
começa no rosto e dorso da mão e segue
as velas do tempo.
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