Todo sentido se perde e regressa ao nada
o edifício de palavras que bálsamo
da rima amacia e confina
Todo sentido se perde e regressa ao nada
o edifício de palavras que bálsamo
da rima amacia e confina
Do rosto infatigável dos sábados
quando chega a febre do corpo que almejo
quando peso aziago e inapelável
Gólgota, lenho da dor, gerou a cruz
cujo destino era o Calvário ou o Amor?
Eis a última pedra, o sopro ósseo
Em cada raia tigre pulsava.
A cada pele a alma mudava.
Rugas e dobras se disputavam.
De pedra e espuma a vida.
De efêmeras e macias volúpias o ser.
De clamor em ruína
Entre a manada urbana de autos
e o rebanho de cólera metropolitana
diviso sinal transitório
Uma virgem maculada
(como tantas brasileiras).
Flores estilhaçadas por granadas verdes
Há melindres, no codiário do acaso?
Há madames bêbadas de absintos e sábados
há comendas de dilúvios e tâmaras bastardas brotando
A hora da nossa morte sem amém.
Marias desgraçadas
misóginos em vitória e tesos.
O poema é e não é.
Os cavalos trotam pelas ruas (veia páramo).
Os cabelos trotam pelas cabeças (calva hara).