O tempo é uma rua em Paris
cheia de pacíficos ruídos
e tédio cintilando
perdida entre dementes
tâmaras setecentistas
ou brotando de uma flauta surrealista.
Como sons de ossos dadaístas.
O tempo além da tâmara ou oriente
vem num junco chinês
pende de uma vértebra de Maiacovski
semelha uma víscera de Breton
(a liberdade das horas parece Eluard).
É uma bandeira que tremula
fincada no abdome de um general
como roupa no mais vil varal
é uma balconista bocejando
perto de uma sarjeta industrial.
Tempo é dinheiro
pragueja o empresário morno.
Tempo não é gleba de outubro
ou horta de horas passadas.
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