Venho da tarde, à tarde vou
não descendo da noite longínqua
pétreo belvedere de estrelas tristes.
Não sou da noite que angústias agrava
habitada de fantasmas (e aparições sem ventre)
acossada de luzes que destroçam íris
com sua ração feérica de sombras vivas
obus de elétrons disparando lâmpadas sem alma.
Sou a tarde eterna plena
de tertúlias e cavalos
(aliterando volúpia de lótus
com papoulas lentas).
Venho da tarde porque sou noturno
vou a ela porque desertei do meio-dia.