02
Sáb, Ago

destaques
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A nave da lua sangrava 
céu francês 

estava ébria com Rimbaud bebendo 
das palavras licor áureo alquímico extrato


adornado de delírios legítimos (e francos)
mancomunado com o firmamento gaulês 

enamorado do verbo navegava como louco 
por paragens de palavras nunca vistas
(por barcos embriagados quilha em delírio)
incensos queimavam como pratas
moedas de colinas sua alma

sábio cristal dedilhava, canções
para o espírito e ouro encomendava a Deus

(porque satã de Baudelaire esgotara 
seu estoque de metáforas).

Teus olhos vêm da luz
vão à sombra

vertristeza
olhar escombros 

aumbral vazio 
acodem dores solitárias 

lábios da alba
mordem o amanhecer 

do profundo futuro vêm andorinhas 
trajandogerúndios dos ninhos passando

e montanhas aladas
em suas asas de pedra ou lata

o imarcescível mar ainda murmura
desde sempre sou água e sal da sílaba náufraga.

 

 

Murilo Gun

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