02
Sáb, Ago

destaques
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a Hórus e ao pórfiro 

Silêncio de Pitágoras da estirpe do infinito

se faz ouvir nu e preciso

na geografia dos abeto

e nas hipotenusas da nudez

se enrama entre números do acaso

entre ímpetos das mônadas primárias

entre fúrias e gritos

silêncio de Pitágoras vibra

penetra condomínios da náusea

farmácias tempestuosas e fálicas

tendas em que volúpia se asila

sábados diagonais e domingos gordos

palpita silêncio de Pitágoras

nas tardes de púrpura ardente da Hélade.

 

Ecoou nas ladeiras dos sentidos

e escadarias do coração

penetrou relógios moles, vestíbulos

por entre as moléculas de Deus derramou-se

silêncio de Pitágoras

transmigrou para risco de Demócrito.

 

Cristalizou-se em múltiplos orvalhos

e nas álgebras veludosas das manhãs áticas

buscou abrigo (e tugúrio geométrico).

 

Átrios silêncio despedaçou

estraçalhou prélios de cristais lentos.

Fractaram-se em geometrias desiguais

meandros do imaginário quando

silo do silêncio de Pitágoras abriu-se

em copos melancólicos

de almas transmigrando

para cadelas com diademas.

 

Precipícios do sal silêncio tocou

árduas dores contemplou

e a surdas paredes dos labirintos aderiu

silêncio de Pitágoras assediado

por sedas devassas, por ermas sedes acossado

de esses saciado o silêncio de Pitágoras.

 

Silêncio de Pitágoras contempla

as planícies da alma, olha

sais nascendo, e lua

bebendo leite celeste

entre catetos do universo

sacia silêncio de Pitágoras sua fome de grito.

 

 

Murilo Gun

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