Quando negro âmbar da noite morrer
e desembarque da horda assalte sombras
quando cânfora do pássaro soterre ouvidos
e golpe de luz assustar amantes
irei a caudaloso pesadelo desse dia purgar meu rosto
e à luz das últimas iconoclastias pisotear a escuridão de mim
a vomitar vestígios de infância
sonhar com mutilados indolentes
a saber porque não nasci adolescente
a estrelas zelosas que escarnecem de ti
sobre brilhos pútridos deitar destino
a beber o que à vida em nove haustos
ou no undécimo trago morte oferecer.
Murmúrio de arroio
fulgor de andorinha
estrela de orvalho
seda do orgasmo.
Amar num grão de arroz.
Que fragrância brote inesperada
da terra entre diademas e crueza
e se junte a desespero de narinas.
Relâmpago, esse cavalo tão rápido
e lúcido, pulsa no hímen da claridade
e como chispa se aloja no gozo da carne.