À sombra da brancura é negra
o trabalho das serpentes sutil
como poção de lascivo veneno
tulipas são velozes como toalhas
ou bramantes em áspera fornalha
amores não mais são brancos como cambraias
sua sombra não é de pássaro
é de dor branca e náusea.
A intuição e concretividade
do que seja culto (e parco)
são como a alma da carne
íntima, púbica, brusca
porém informes
como poema absoluto.
Poema é multiplicar ecos
e combinar cores de palavras
com rosas de Velázquez
e reflexos picassos
numa tela de relâmpagos
(que escapassem da arca e do sonho).