Senaqueribe retorna a Nínive.
Ilesa Jerusalém embala-se com seivas de êxtase, finas volúpias
e sais de estrelas, canções de paz e vitória rubra
como baba derramam-se das bocas fiéis.
Louros eleva ao Senhor
como dardos dispara cânticos de louvor
crédulo amor ao oriente paira.
Senaqueribe foge calcando 150 mil cadáveres assírios
esteiras de corpos atapetam sua fuga, dragam sua dor gargalhadas
(ovos estraçalhados, piras de calcanhares
abrem-se de seus passos, fritando horas).
Destro alfange (invicto, numinoso)
dos anjos de Javé deles apagou
sinistro e perverso sopro
quitou-lhes alento espada de Deus.
A bota do Senhor esmigalhou
rosto derrotado
as fontes da Assíria pereceram
grama titubeante sacro coturno esmagou
como esteira de asfalto a formigas.
(Fostes criados por víboras benevolentes
para despojo, aniquilação dos povos, pó adversário
cinza das vaidades, incêndio dos motivos ímpios.
Áspides rastejaram em tua boca blasfema.
Criei os meus para vossas ruínas
é destino do Meu alfanje teu rosto
derrotado, iníquo, rés ao chão
poeira honrará tua profana garganta
prenhe de vozes submersas no limbo.
Teu único nome pronunciará em vão o futuro.
que escorreu de tua triste veia para o desvão).
Sequiosos de destroços, atento
à fragrância da destruição
narinas empoadas de gritos mártires
esse povo de seqüelas, essa sina nua
não mais ornarão o mundo.
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