A leveza profunda da mais vital alma saboreia
lento lugar de ser no mundo ínfimo
finito inexato com profusão íntima
e pleno azul, escarlate ou mudo
porém intacto como o espírito.
Como corpo de um canto ignorado
como alma precipitada num abismo de prata
ou desvairado amor pela entranha do ser rasgando-o.
Ou apenas um nascimento noturno, maiêutica de pura treva.
O incomensurável que almejo
a transcendência de não ser.
Até o rumo solitário, até
a palavra inaudita ainda, até
o corrimão de amanhã, até
o início sem fim, até a mim.
Até o eu da solidão que trafega no ser
e que traga mundos dentro de si
autênticos imperecíveis
como ininterrupto instante.
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